Emma Watson discursa Pela Igualdade de Gênero NAS Nações Unidas
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
TJMG instala vara de crimes contra a mulher
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais instalou ontem a 16ª Vara Criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. A Vara terá como titular o juiz Ronaldo Vasques, funcionará na Rua Curitiba 632 e terá competência cível e criminal.
terça-feira, 12 de agosto de 2014
Desembargador absolve rapaz de estelionato e critica machismo
A relação entre o réu e a mulher de 76 anos durou sete anos e começou com aulas de informática em casa
"Os autos deste processo retratam bem a realidade hodierna em nossa sociedade, qual seja: quando um homem de 76 anos resolve se envolver com uma moça 50 anos mais nova a sociedade 'reclama', mas não a acusa de estelionato. (...) O homem aparece aos olhos de todos como o 'garanhão', o 'macho', o 'provedor', o 'coroa que pega a garotinha', mas todos se calam e respeitam o homem idoso. (...) Já a mulher enfrenta o preconceito machista de uma sociedade que não admite que ela possa, por livre escolha e espontânea vontade, se relacionar com um homem mais jovem."
Essas foram as considerações iniciais utilizadas pelo desembargador Paulo Rangel para absolver um homem que se relacionou durante sete anos com mulher mais velha da acusação de estelionato. Segundo o magistrado, a opção da viúva por manter o envolvimento com o rapaz "foi fruto de sua sabedoria, de sua experiência e de sua maturidade, bem como, do seu livre arbítrio". "Em outras palavras: ela estava feliz fazendo o que tinha vontade."
Rangel ainda se posicionou contrariamente aos fundamentos da sentença condenatória, que, segundo o magistrado, fez com a senhora "pior do que o apelante fez, segundo a denúncia: a coloca em uma posição de inferioridade e de total demência por ter tido eventual relacionamento" com um homem mais novo.
"Confesso de público, que nunca vi uma mulher ser tratada dessa forma num processo criminal. É uma pena e lamentável que a senhora H. M. não esteja mais entre nós, mas também ainda bem que ela não está aqui para ler essa sentença e saber que tudo que fez, nos últimos anos da sua vida por livre e espontânea vontade, é considerado como crime por parte do homem que ela escolheu."
A 3ª câmara Criminal do TJ/RJ acompanhou à unanimidade o relator.
Início da relação
A relação teve início quando a viúva já tinha 76 anos e o réu ministrava aulas de informática em sua casa. Em depoimento, familiares da idosa contam que a "vítima", como é chamada, tinha o hábito de levar o rapaz para jantar fora, comprar água Perrier, "porque era da preferência dele", além de adquirir camisas bonitas para presenteá-lo "porque ele gostava".
Em outra oportunidade, o genro da viúva narra que, após conhecer o réu, ela teria passado a usar sapatos de salto alto e vestidos curtos. "Que a vitima saiu do padrão social dela; que a vítima passou a querer ser mais jovem." A ex-professora de francês da idosa também destacou em depoimento que a senhora passou a usar decotes, saias curtas, tamancos, "que as roupas não eram apropriadas para a idade da vitima".
Direito Penal: Salvador do mundo
"O problema é que a sentença acha, assim como todos os 'dogmáticos de plantão', que o Direito Penal irá salvar o mundo. (...) Então, para quem gosta de Direito Penal e quer a solução, através do Direito porque não consegue enxergar o mundo senão através de um texto de lei, vou me limitar a dizer: não houve o chamado dolo. A conduta é atípica e ponto final. Não vou perder tempo analisando aquilo que todo estudante de 2º ano do curso de Direito sabe: o dolo no estelionato é antecedente."
Assim decidiu o magistrado. Rangel destacou posteriormente que "perdemos o senso crítico" e que, na tentativa de visualizar o que gostaríamos, "não enxergamos o mundo como ele é".
"Olhamos para o art. 171 do CP e buscamos nele a solução para nossos problemas e criamos mais um: condenamos um homem que fez uma mulher feliz e que, por liberalidade dela, usou de seu patrimônio. Isso ocorre diariamente com homens mais velhos e mulheres mais novas, mas.... nossa moral não permite enxergar isso. Em verdade, nosso preconceito não deixa olharmos com os mesmos olhos."
Confira a íntegra da decisão. (Fonte: Migalhas, 12/8/14)
Harold e Maude, 1971
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Encontrado o neto da ativista argentina Estela de Carlotto
O neto de Estela de Carlotto, líder da organização argentina Avós de Praça de Maio, teve sua verdadeira identidade confirmada após se apresentar voluntariamente a um exame genético, informaram os jornais locais nesta terça-feira (5).
Guido, filho de Laura, filha desaparecida de Estela, nasceu em cativeiro e desapareceu desde a última ditadura argentina (1976-1983). A luta de Estela de Carlotto começou com as tradicionais manifestações na Praça de Maio. Ela direcionou sua busca para recuperar as crianças que haviam nascido em cativeiro e sido entregues a outras famílias, sem saber sua verdadeira identidade. O corpo da filha de Estela de Carlotto foi encontrado sem vida e entregue a sua mãe no mesmo dia de seu assassinato, mas o menino não foi achado, e a busca levou a avó a ser uma das fundadoras da associação. Cerca de 30 mil pessoas desapareceram durante a última ditadura argentina, segundo os órgãos de defesa de direitos humanos, e cerca de 500 netos foram afastados de suas famílias biológicas. O neto de Carlotto é o 111° encontrado pelas Avós.
Formada em Magistério, profissão que exerceu durante 17 anos, Estela de Carlotto se incorporou em 1978 ao recém fundado grupo de Avós da Praça de Maio, e dois anos depois foi nomeada vice-presidente.
Em 1987, sobre a base de um projeto da organização, foi aprovada uma lei que criou um Banco Nacional de Dados Genéticos. Nele ficou registrado o mapa genético de cada uma das avós de Praça de Maio.
Em dezembro de 1998, o Parlamento argentino aprovou a lei de Criação do Fundo de Reparação Histórica para a localização e restituição de crianças roubadas, que outorgava a Avós de Praça de Maio um subsídio que equivalia na época a US$ 25 mil mensais durante dois anos. Em 2004, o fundo foi restabelecido com um subsídio mensal de 15 mil pesos (US$ 3,9 mil).
Estela recebeu em nome da associação que preside, em 1999, o Prêmio de Direitos Humanos da República Francesa. Entre várias outras honrarias recebidas, se destaca o Prêmio dos Direitos Humanos da ONU, concedido em dezembro de 2003.
Em outubro de 2005, ela foi nomeada doutora honoris causa pela Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), e em 2006 as Avós foram candidatas ao prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia. (Fonte: http://glo.bo/1v7yW3P).
terça-feira, 24 de junho de 2014
Adeus à feminista Rose Muraro
Vídeo Itaú Cultural
Faleceu em 21 de junho aos 83 no Rio de Janeiro, Rose Marie Muraro. Rose tinha câncer na medula óssea há 10 anos e estava no CTI desde o dia 12. Rose Marie estudou física, foi escritora e editora de livros responsável por publicações polêmicas e contestadoras. Trabalhou com o intelectual Leonardo Boff na Editora Vozes durante 17 anos. Das ideias dos dois intelectuais nasceram dois dos mais importantes movimentos sociais do Brasil do século 20, a emancipação feminina e a teologia da libertação. Nos anos 80 quando a Igreja adotou uma postura mais conservadora passou a ser perseguida e foi expulsa como Boff da Editora Vozes por ordem do Vaticano; ela pela publicação do livro Por uma erótica cristã, ele, pela teologia da libertação.
A escritora nasceu praticamente cega, o que não a impediu de tornar-se uma intelectual respeitada. Aos 66 anos conseguiu recuperar a visão por meio de cirurgia, quando viu seu rosto pela primeira vez. Sua autobiografia Memórias de uma mulher impossível está entre as três únicas autobiografias de mulheres no Brasil.
Nascida em uma das famílias mais ricas do país nos anos 30 e 40, aos 15 anos com a morte repentina do pai e brigas pela herança, rejeitou sua origem e dedicou a vida à construção de um mundo "mais justo e mais livre". Nessa época conheceu o padre Hélder Câmara e se tornou membro de sua equipe. Os movimentos sociais criados por ele tomaram conta do país na década seguinte. Nos anos 60 o golpe militar teve como alvo além dos comunistas, os cristãos de esquerda.
Foi palestrante nas Universidades de Harvard e Cornell, entre outras 40 instituições de ensino americanas. Editou até 2000, o selo Rosa dos Tempos da Editora Record. Ganhou o prêmio Bertha Lutz (2008); foi eleita por nove vezes a Mulher do Ano; prêmio de Intelectual do Ano, da União Brasileira de Escritores, em 1994; Prêmio Teotônio Vilela do Senado Federal em comemoração dos 20 anos da anistia no Brasil, pelo trabalho de editora, um marco na história da resistência ao regime militar.
"Sei hoje que sou uma mulher muito bonita", disse ao recuperar a visão aos 66 anos. Nomeada patrona do Movimento Feminista Brasileiro pela Lei n° 11.261 de 30/12/2005. (Fonte: EM, 22/6/2014)
quinta-feira, 22 de maio de 2014
Um pacto silencioso de sacrifício
O vídeo lançado na web pelo Dia das Mães emocionou homens e mulheres. Neste espaço precisamos ir além da emoção e indagar como é que ficam as mães que também exercem uma profissão fora de casa. Sem tempo, corridas e exauridas, é a resposta.
Revista local aqui em Belo Horizonte, por ocasião da data publicou matéria sobre jovens mães de classe alta que deixam profissões bem sucedidas para entregar-se à maternidade. A matéria deteve-se nos benefícios aos filhos e à família e aos momentos imperdíveis da maternidade, as primeiras palavras, os primeiros passos, as primeiras letras.
Mas deixou de tocar no lado sombrio, e sempre há. Mas para que falar dele numa revista destinada à classe média e alta? Foi consultada a antropóloga e historiadora Mary del Priore, num pequeno quadrinho sobre este retorno ao lar.
É fato que é opção para poucas. Encontramos hoje no fórum colega que, como a maioria não tem esta opção, o trabalho externo é uma necessidade e conversamos novamente sobre a questão, não a particular mas a social, realizando trabalho tão especial e não remunerado como o mostrado pelo vídeo acima, sobram ônus sobre os ombros das mulheres que estão em campo, na lida, ombro a ombro com os homens, sem qualquer sistema de cotas ou horário a compensar tais ônus.
E mais, recebendo menos pelo mesmo trabalho.
Vamos nos calar? E selar um pacto silencioso de sacrifício e injustiça social?
sábado, 8 de março de 2014
A turma do Bolinha, um case
Nada mais propício que o Dia Internacional da Mulher para fazer uma breve análise sociológica sobre o tema dentro da advocacia. Vamos contar uma história, um case, como se diz agora, que fala por si.
Houve uma vez um renomado escritório na década de 90, localizado em bairro nobre, na zona de poder da capital. Daqueles escritórios que contratavam "associados", advogados empregados não celetistas, que recebiam um fixo, muito baixo, sem plano de saúde, INSS, etc.. Sequer podiam assinar as petições ao lado do nome do dono do escritório, um doublé de advogado e empresário. Mas isso não vem ao caso. O que vem caso é a trajetória diferenciada feita pelos advogados e advogadas empregados, digo, associados, daquele escritório.
Em 20 anos, dois ou três fizeram concursos, promotoria e magistratura. Um dos advogados associados desbancou o dono do escritório levando-lhe a clientela graúda. Levou também uns quatro advogados com ele.
Tempos depois uma das advogadas juntou-se ao novo grupo mas não ficou muito tempo.
Depois desmembraram-se, sempre em turmas de homens e formaram outro grupo.
As advogadas, voltemos o foco sobre elas. Duas associaram-se brevemente. Duas largaram a advocacia. Duas continuaram advogando sozinhas.
É apenas uma história mas fala por si.
Serviço: Bolinha, personagem de histórias em quadrinhos criado pela americana Marjorie Henderson Buell em 1935. A partir das histórias em gibis da dupla Bolinha e Luluzinha é que surgiram e ganharam força as expressões “Clube do Bolinha” e “Clube da Luluzinha”. Tudo porque Bolinha, líder de um grupo de garotos, tinha como lema a frase: “Menina não entra!”. Luluzinha e Bolinha apareceram em território brasileiro pela primeira vez nas revistas em quadrinhos publicadas pela editora O Cruzeiro em 19551.
Três pontos de vista sobre o Dia Internacional da Mulher
Temos um pronunciamento a fazer, será breve, cremos que o dia internacional da mulher é efeméride das mais chatas e desconfortáveis. Perdoem-nos os que pensam o contrário. Há três turmas distintas. Há aquela que tem certeza que nada há a comemorar. A tripla jornada? perguntam irônicas. A do meio, aquela segundo a qual a data é de reflexão e balanço da caminhada e dos avanços e do que falta. A terceira, é a festiva, para a qual a data é como um aniversário coletivo, quando se felicitam umas às outras com derramados elogios. De poderosa e guerreira para cima. Ok, se serve para aumentar a autoestima do mulherio, tudo bem.
But se somos guerreiras vivemos mesmo numa guerra, o negócio está feio para o nosso lado, e não vemos muito sentido em nos felicitarmos por este fato. Louvamos o esforço de superação com tapinhas nas costas umas das outras e beijos nas faces e deixamos de lado as causas e consequências.
"De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2007, mulheres e homens só vão alcançar a equiparação em 2100. Não só. Os dados da violência são alarmantes. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a cada cinco minutos uma mulher sofre agressão no mundo. o responsável por 70% dos atos de barbárie é gente de casa - marido, companheiro ou namorado." (EM, editorial, 8/3/14).
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